dcsimg

Conidae ( البرتغالية )

المقدمة من wikipedia PT

Conidae (nomeados, em inglês e português, cone -sing.)[1][2] é uma família de moluscos gastrópodes marinhos predadores[6] pertencente à subclasse Caenogastropoda e ordem Neogastropoda, classificada por John Fleming, naturalista, zoólogo e geólogo escocês, em 1822.[3][7] Sua distribuição geográfica abrange principalmente os oceanos tropicais da Terra, desde os recifes de coral, na zona entremarés, até maiores profundidades (p. ex., Profundiconus teramachii (Kuroda, 1956); a profundidades de 977 metros)[1][8]; encontrando-se um considerável número de espécies na região do Indo-Pacífico.[6][9] Como suas conchas, sólidas e em sua maior parte coloridas, têm uma característica forma cônica, surpreendentemente homogênea[9][10], classificações até o início do século XXI colocavam todos os Conidae sob o gênero Conus[1][10]; agora dividido após trabalhos de sequenciamento de DNA que incluíram a determinação de novas famílias.[3][11] Suas rádulas são modificadas, em forma de dardo e inoculadoras de veneno, sendo disparadas e ficando no tecido de suas vítimas, tornando-se substituídas, constantemente, para novos ataques. Nas espécies piscívoras, como Conus geographus, elas são potencialmente fatais em humanos.[4][6][9][11][12][13] Estes moluscos têm um perióstraco mole, cobrindo suas conchas, e alguns têm um pequeno opérculo.[14]

Descrição

Compreende, em sua totalidade, caramujos de conchas cônicas e espiral larga, mais ou menos aplainada e, às vezes, esculpida com nódulos; pequenas ou atingindo tamanhos superiores a 10 centímetros de comprimento, geralmente com superfície lisa e revestida por desenhos e marcações coloridas formando manchas, faixas, pontuações e até mesmo formas triangulares. Suas columelas não possuem pregas columelares, o lábio externo é bastante delgado e a abertura costuma ser estreita, acompanhando o traçado da columela (tornando-se mais alargada em espécies que se alimentam de peixes); e seus canais sifonais não se destacam do formato da concha. O animal possui um prolongamento tubular, largo, que pode ser esticado e sobrepassar amplamente a borda da concha, sendo utilizado em sua alimentação, após o disparo de sua rádula, ligada a glândulas de peçonha, como um arpão de veneno.[1][4][6][9][16]

Espécies potencialmente perigosas ao homem

Acidentes com Conus causam envenenamentos humanos graves e até mesmo óbitos por sua ação neurotóxica de substâncias denominadas conotoxinas, indutoras do bloqueio de receptores sinápticos e causadoras de paralisia muscular miorrelaxante, ocasionando em parada respiratória entre os quarenta minutos a cinco horas após o contato. Estes animais costumam enterrar-se na areia, parcialmente, durante o dia, para sair à caça de suas presas à noite. Estas presas podem constituir-se de vermes, outros moluscos e peixes. Cerca de dezoito espécies diferentes foram registradas como ofensivas ao homem, sendo mais perigosas as que possuem regime alimentar piscívoro, em sua maioria presentes na região do Indo-Pacífico tropical, como Conus geographus (a espécie mais associada a mortes humanas), Conus aulicus, Conus marmoreus, Conus striatus, Conus textile e Conus tulipa. Como as presas destas espécies são normalmente mais rápidas, tais criaturas desenvolveram um poderoso veneno que pode matá-las ou paralisá-las instantaneamente. Algumas espécies que provocam acidentes graves não são piscívoras, como Conus marmoreus. No Atlântico Ocidental, uma espécie potencialmente perigosa é Conus regius Gmelin, 1791, que ocorre comumente desde o mar do Caribe (sul da Flórida, Antilhas e Bahamas) até a costa do estado de São Paulo, na região sudeste do Brasil, a pouca profundidade.[1][4][6][9][12][13] Existem aproximadamente 30 registros de humanos mortos por espécies de Conidae (NELSON, 2004; Nature). As vítimas humanas sofrem pouca dor, porque o veneno contém um componente analgésico.[17] Há espécies que, alegadamente, podem matar um humano em menos de cinco minutos; assim o nome cigarette snail (caramujo de cigarro), como afirmando que sua vítima só tem tempo de fumar um cigarro antes de morrer.[18] Eles também podem picar através de uma roupa de mergulho.[17] Possuem enormes possibilidades para a produção de drogas analgésicas; pois certas proteínas, neles contidas, podem atacar receptores de dor humanos específicos e podem ser até 10.000 vezes mais potentes que a morfina, sem os efeitos colaterais e perigosos desta.[18]

Classificação de Conidae: gêneros viventes

De acordo com o World Register of Marine Species, suprimidos os sinônimos e gêneros extintos.[3]

  • Californiconus J. K. Tucker & Tenorio, 2009
  • Conasprella Thiele, 1929
  • Conus Linnaeus, 1758
  • Kenyonia Brazier, 1896
  • Lilliconus G. Raybaudi Massilia, 1994
  • Malagasyconus Monnier & Tenorio, 2015
  • Profundiconus Kuroda, 1956
  • Pseudolilliconus J. K. Tucker & Tenorio, 2009
  • Pygmaeconus Puillandre & Tenorio, 2017

Imagens de Conidae do gênero Conus

Taxonomia

Desde o século XVIII, com as 30 espécies válidas de Conus, conhecidas por Carolus Linnaeus, a taxonomia dos Conidae sofreu diversas modificações. No passado, uma superabundância de gêneros e subgêneros refletia diferenças sutis na forma de suas conchas e na morfologia radular, mas estas classificações estavam obscurecendo as relações filogenéticas entre os taxa.[11] A seguir é exposta uma lista, em ordem alfabética, de denominações que foram utilizadas, em gênero e subgênero: Afonsoconus; Africonus; Afroconus; Arubaconus; Asprella; Atlanticonus; Attenuiconus; Austroconus; Bathyconus; Bermudaconus; Boucheticonus; Brasiliconus; Calamiconus; Calibanus; Cariboconus; Chelyconus; Cleobula; Coltroconus; Conasprelloides; Continuconus; Conus (Afonsoconus); Conus (Asprella); Conus (Atlanticonus); Conus (Attenuiconus); Conus (Austroconus); Conus (Bermudaconus); Conus (Brasiliconus); Conus (Calibanus); Conus (Chelyconus); Conus (Conus); Conus (Coronaxis); Conus (Cylinder); Conus (Darioconus); Conus (Dauciconus); Conus (Dendroconus); Conus (Ductoconus); Conus (Elisaconus); Conus (Embrikena); Conus (Eremiconus); Conus (Eugeniconus); Conus (Floraconus); Conus (Fraterconus); Conus (Gastridium); Conus (Harmoniconus); Conus (Hermes); Conus (Kalloconus); Conus (Kellyconus); Conus (Klemaeconus); Conus (Lamniconus); Conus (Lautoconus); Conus (Leporiconus); Conus (Leptoconus); Conus (Lindaconus); Conus (Lithoconus); Conus (Lividoconus); Conus (Monteiroconus); Conus (Ongoconus); Conus (Papyriconus); Conus (Phasmoconus); Conus (Pionoconus); Conus (Plicaustraconus); Conus (Pseudolilliconus); Conus (Pseudonoduloconus); Conus (Pseudopterygia); Conus (Puncticulis); Conus (Pyruconus); Conus (Quasiconus); Conus (Rhizoconus); Conus (Rubroconus); Conus (Sandericonus); Conus (Sciteconus); Conus (Splinoconus); Conus (Spuriconus); Conus (Stephanoconus); Conus (Strategoconus); Conus (Strioconus); Conus (Tesselliconus); Conus (Textilia); Conus (Theliconus); Conus (Turriconus); Conus (Virgiconus); Conus (Virroconus); Cornutoconus; Coronaxis; Coronaxis (Cylindrella); Coronaxis (Tuliparia); Cucullus; Cylinder; Cylindrus; Dalliconus; Darioconus; Dauciconus; Dendroconus; Ductoconus; Duodenticonus; Dyraspis; Elisaconus; Embrikena; Endemoconus; Eremiconus; Erythroconus; Eugeniconus; Floraconus; Fraterconus; Fulgiconus; Fumiconus; Fusiconus; Gastridium; Genuanoconus; Gladioconus; Globiconus; Gradiconus; Graphiconus; Harmoniconus; Hermes; Heroconus; Isoconus; Jaspidiconus; Kalloconus; Kellyconus; Kermasprella; Ketyconus; Kioconus; Kioconus (Ongoconus); Klemaeconus; Kohniconus; Kurodaconus; Lamniconus; Lautoconus; Leporiconus; Leptoconus; Leptoconus (Phasmoconus); Lindaconus; Lithoconus; Lividoconus; Lizaconus; Magelliconus; Mamiconus; Miliariconus; Mitraconus; Monteiroconus; Nataliconus; Nimboconus; Nitidoconus; Papyriconus; Parviconus; Perplexiconus; Phasmoconus; Phasmoconus (Fulgiconus); Phasmoconus (Graphiconus); Phasmoconus (Phasmoconus); Pictoconus; Pionoconus; Plicaustraconus; Poremskiconus; Protoconus; Protostrioconus; Pseudoconorbis; Pseudohermes; Pseudolilliconus; Pseudonoduloconus; Pseudopterygia; Puncticulis; Purpuriconus; Pyruconus; Quasiconus; Regiconus; Rhizoconus; Rhombiconus; Rhombus; Rolaniconus; Rollus; Rubroconus; Sandericonus; Sciteconus; Seminoleconus; Socioconus; Splinoconus; Spuriconus; Stellaconus; Stephanoconus; Strategoconus; Strategoconus (Vituliconus); Strioconus; Sulciconus; Taranteconus; Tenorioconus; Tesselliconus; Textilia; Thalassiconus; Thoraconus; Trovaoconus; Tuckericonus; Turriconus; Utriculus; Varioconus; Viminiconus; Virgiconus; Virroconus; Vituliconus; Ximeniconus; Ximeniconus (Perplexiconus); Ximeniconus (Ximeniconus); Yeddoconus.[3][20]

Referências

  1. a b c d e f g h i j k l m n o p q r s t u ABBOTT, R. Tucker; DANCE, S. Peter (1982). Compendium of Seashells. A color Guide to More than 4.200 of the World's Marine Shells (em inglês). New York: E. P. Dutton. p. 244-272. 412 páginas. ISBN 0-525-93269-0 A referência emprega parâmetros obsoletos |coautor= (ajuda); |acessodata= requer |url= (ajuda)
  2. a b Ferreira, Franclim F. (2002–2004). «Conchas» (em inglês). FEUP. 1 páginas. Consultado em 3 de novembro de 2018
  3. a b c d e f g h «Conidae» (em inglês). World Register of Marine Species. 1 páginas. Consultado em 3 de novembro de 2018
  4. a b c d e f g Haddad Junior, Vidal; Paula Neto, João Batista de; Cobo, Válter José (outubro de 2006). «Venomous mollusks: the risks of human accidents by conus snails (gastropoda: conidae) in Brazil» (em inglês). Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, vol 39; nº 5. (SciELO). 1 páginas. Consultado em 3 de novembro de 2018 A referência emprega parâmetros obsoletos |coautores= (ajuda)
  5. FERRARIO, Marco (1992). Guia del Coleccionista de Conchas (em espanhol). Barcelona, Espanha: Editorial de Vecchi. p. 159-169. 220 páginas. ISBN 84-315-1972-X |acessodata= requer |url= (ajuda)
  6. a b c d e SILVA, José António; MONTALVERNE, Gil (1980). Iniciação à Colecção de Conchas. Colecção Habitat. Lisboa, Portugal / Livraria Martins Fontes, Brasil: Editorial Presença. p. 75-77. 110 páginas A referência emprega parâmetros obsoletos |coautor= (ajuda); |acessodata= requer |url= (ajuda)
  7. «John Fleming» (em inglês). Goodreads. 1 páginas. Consultado em 3 de novembro de 2018
  8. Tenorio, Manuel J. (2016). «The genus Profundiconus: Cone snails from the Deep Sea» (em inglês). 4th International Cone Meeting; NBIO, Facultad de Ciencias, Universidad de Cádiz. 1 páginas. Consultado em 3 de novembro de 2018
  9. a b c d e f LINDNER, Gert (1983). Moluscos y Caracoles de los Mares del Mundo (em espanhol). Barcelona, Espanha: Omega. p. 83-84. 256 páginas. ISBN 84-282-0308-3 |acessodata= requer |url= (ajuda)
  10. a b RIOS, Eliézer (1994). Seashells of Brazil (em inglês) 2ª ed. Rio Grande, RS. Brazil: FURG. p. 156-158. 492 páginas. ISBN 85-85042-36-2 |acessodata= requer |url= (ajuda)
  11. a b c Puillandre, N.; Duda,T. F.; Meyer, C.; Olivera, B. M.; Bouchet, P. (5 de setembro de 2014). «One, four or 100 genera? A new classification of the cone snails» (em inglês). Journal of Molluscan Studies 81(1), fevereiro de 2015; ePUB (US National Library of Medicine; National Institutes of Health Search database: NCBI). 1 páginas. Consultado em 3 de novembro de 2018 A referência emprega parâmetros obsoletos |coautores= (ajuda)
  12. a b SZPILMAN, Marcelo (1998). Seres Marinhos Perigosos. guia prático de identificação, prevenção e tratramento. Rio de Janeiro: Instituto Ecológico Aqualung. p. 76-78. 168 páginas. ISBN 85-900691-1-7 |acessodata= requer |url= (ajuda)
  13. a b Haddad Junior, Vidal; Coltro, Marcus; Simone, Luiz Ricardo L. (julho–agosto de 2009). «Report of a human accident caused by Conus regius (Gastropoda, Conidae)» (em inglês). Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, vol.42; no.4. (SciELO). 1 páginas. Consultado em 6 de novembro de 2018 A referência emprega parâmetros obsoletos |coautores= (ajuda)
  14. OLIVER, A. P. H.; NICHOLLS, James (1975). The Country Life Guide to Shells of the World (em inglês). England: The Hamlyn Publishing Group. p. 264. 320 páginas. ISBN 0-600-34397-9 A referência emprega parâmetros obsoletos |coautor= (ajuda); |acessodata= requer |url= (ajuda)
  15. «Conasprella comatosa» (em inglês). World Register of Marine Species. 1 páginas. Consultado em 3 de novembro de 2018
  16. Biopixel (28 de outubro de 2015). «Geographus cone shell net feeding on sleeping fish» (em inglês). YouTube. 1 páginas. Consultado em 3 de novembro de 2018
  17. a b Nelson, Laura (24 de junho de 2004). «One slip, and you're dead...» (em inglês). Nature, volume 429. pp. 798–799. Consultado em 12 de novembro de 2018
  18. a b Queuebot (10 de fevereiro de 2009). «The "Cigarette" Snail» (em inglês). Neatorama. 1 páginas. Consultado em 12 de novembro de 2018
  19. «Conus (Lividoconus) floridulus» (em inglês). Hardy's Internet Guide to Marine Gastropods. 1 páginas. Consultado em 3 de novembro de 2018. Arquivado do original em 11 de agosto de 2021
  20. «Conus» (em inglês). World Register of Marine Species. 1 páginas. Consultado em 7 de novembro de 2018
  21. LINDNER, Gert (Op. cit., p.208.).
 title=
ترخيص
cc-by-sa-3.0
حقوق النشر
Autores e editores de Wikipedia
النص الأصلي
زيارة المصدر
موقع الشريك
wikipedia PT

Conidae: Brief Summary ( البرتغالية )

المقدمة من wikipedia PT

Conidae (nomeados, em inglês e português, cone -sing.) é uma família de moluscos gastrópodes marinhos predadores pertencente à subclasse Caenogastropoda e ordem Neogastropoda, classificada por John Fleming, naturalista, zoólogo e geólogo escocês, em 1822. Sua distribuição geográfica abrange principalmente os oceanos tropicais da Terra, desde os recifes de coral, na zona entremarés, até maiores profundidades (p. ex., Profundiconus teramachii (Kuroda, 1956); a profundidades de 977 metros); encontrando-se um considerável número de espécies na região do Indo-Pacífico. Como suas conchas, sólidas e em sua maior parte coloridas, têm uma característica forma cônica, surpreendentemente homogênea, classificações até o início do século XXI colocavam todos os Conidae sob o gênero Conus; agora dividido após trabalhos de sequenciamento de DNA que incluíram a determinação de novas famílias. Suas rádulas são modificadas, em forma de dardo e inoculadoras de veneno, sendo disparadas e ficando no tecido de suas vítimas, tornando-se substituídas, constantemente, para novos ataques. Nas espécies piscívoras, como Conus geographus, elas são potencialmente fatais em humanos. Estes moluscos têm um perióstraco mole, cobrindo suas conchas, e alguns têm um pequeno opérculo.

 src=

Cinco vistas da concha de Conasprella comatosa (Pilsbry, 1904), encontrada do Japão e Taiwan às Filipinas; espécie outrora denominada Conus comatosa.

ترخيص
cc-by-sa-3.0
حقوق النشر
Autores e editores de Wikipedia
النص الأصلي
زيارة المصدر
موقع الشريك
wikipedia PT