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Chytridiomycota ( Portuguese )

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O filo Chytridiomycota inclui organismos que são heterotróficos e que possuem paredes de quitinosas e uma nutrição por absorção. Neste grupo todas as espécies possuem um estágio zoospórico no seu ciclo de vida (Barr 1990).[1] Segundo James (2006) [2] este é o único filo de fungos verdadeiros que se reproduzem com esporos (zoósporos).

Este filo contém somente uma classe, Chytridiomycetes, sendo a única pertencente ao reino Fungi que produz células móveis. Com exceção as poucas espécies com células poliflageladas, as células móveis (zoósporos e gametas) destes organismos possuem um único flagelo tipo chicote, posteriormente inserido (Alexopoulos et al. 1996).[3]

Os fungos pertencentes a este filo são similares aos fungos superiores seja composição de suas paredes celulares, ou pela bioquímica de suas células, bem como pela análise seqüencial das subunidades ribossômicas. Sem se considerar aspectos bioquímicos ou moleculares, há espécies filamentosas entre os Chytridiomycota para justificar sua relação com os fungos superiores (Barr 1990, 1992). Outras características que possuem em comum com os outros fungos são: a estrutura cenocítica do talo e a conversão do zigoto em esporo ou esporângio de resistência, ou no desenvolvimento de talo diplóide. Possuem talo de desenvolvimento endógeno ou exógeno, holocárpico ou eucárpico, monocêntrico, policêntrico, rizoidal ou micelial; paredes celulares com quitina e glucanos; cristas mitocondriais achatadas; divisões intranucleares cêntricas; zoósporos sem mastigonemas ou escamas (flagelo tipo chicote), com um único sistema de raízes flagelares e algumas vezes rumposomos. Reprodução assexual por meio de zoósporos e, a sexual por copulação planogamética, copulação de gametângios ou somatogamia (Hawksworth et al. 1995,[4] Alexopoulos et al. 1996[3]).

Ocorrência (Habitats) e Problemas causados pelo filo (Parasitismo)

Estes fungos estão presentes nos ecossistemas terrestres e aquáticos, vivendo saprobicamente ou parasitando algas, anfíbios, outros fungos, animais microscópicos e, plantas superiores[1] ocorrendo em habitats diversificados e exclusivos dos trópicos para as regiões árticas (Powell 1993[5]). Eles são encontrados em sistemas aquáticos tais como córregos, lagoas e estuarinas (ambiente aquático de transição entre um rio e o mar) e os ecossistemas marinhos, principalmente como parasitas de algas e componentes de plâncton. Talvez a maioria das espécies ocorrem em habitats terrestres (Barr 2001) tais como florestas, solos agrícolas e no deserto, também em turfeiras ácidas como saprófitas de substratos de refratários.

Algumas espécies poderão provocar a morte de anfíbios em larga escala. O processo, no entanto, é desconhecido. A infecção é denominada quitridiomicose. O declínio das populações de anfíbios levou à descoberta desta infecção em 1998, na Austrália e no Panamá. Espécies no gênero fúngico Batrachochytrium são responsáveis por declínios severos nas populações de anfíbios globalmente[6].

Olpidium brassicae (Woronin) Dang é vetor de inúmeras viroses em plantas de interesse econômico e, Synchytrium endobioticum (Schilb.) Percival é responsável pela doença conhecida como verruga preta da batata. Os representantes de Neocallimasticales são anaeróbios obrigatórios em rúmen e ceco de herbívoros (Alexopoulos et al. 1996[3]). Batrachochytridium dendrobatidis Longcore tem merecido atenção especial por ser responsável pelo declínio da população de anfíbios nativos em várias partes do mundo, inclusive no Brasil (Carnaval et al. 2005[7]).

Ciclo de Vida

As quitrídias são variadas em sua forma de vida, em suas interações sexuais e principalmente no ciclo de vida. A meiose e a mitose lembram os mesmos processos ocorrentes em outros fungos. São intranucleares, ou seja, o envoltório permanece intacto até a telófase tardia. Distinguem-se dos outros fungos principalmente pelas células móveis características (zoósporos e gametas), a maioria contendo apenas um único flagelo liso e posterior. As quitrídias exibem vários modos de reprodução, algumas não desenvolvem micélio e outras tem rizóides finos. Em termos de ciclo de vida, morfologia e fisiologia, Allomyces é a quitrídia mais bem conhecida.

A reprodução assexuada ocorre por Zoósporos produzidos em esporângios e os esporângios podem ser como opérculos ou inoperculados; A reprodução sexuada é conhecida em poucas espécies sendo que a mesma pode ser: por copulação gametangial, copulação planogamética (iso, aniso ou oogâmica) ou somatogamia;

No ciclo da Allomyces há alternância de gerações isomórficas. Os indivíduos haploides e diploides são indistintos, até que iniciem a formação de estruturas reprodutivas. Os indivíduos haploides (gametófitos) produzem aproximadamente igual número de gametângios femininos hialinos e gametângios masculinos. Os gametas são de dois tamanhos, condição chamada anisogamia. Os gametas masculinos, que têm cerca da metade do tamanho dos gametas femininos, são atraídos por sirenina, um hormônio produzido pelos gametas femininos. O zigoto perde os flagelos e germina produzindo um indivíduo diploide. Essa estrutura esporofítica produz dois tipos de esporângios. O primeiro são esporângios assexuados - sem cor, com parede fina e que libera zoósporos diploides - os quais podem germinar e repetir a geração diploide. O segundo tipo são esporângios sexuados - castanhos-avermelhados, com parede espessa e que são capazes de resistir à condições severas do ambiente. após um período de dormência, a meiose ocorre nesses esporângios sexuados, resultando na formação de zoósporos haploides. Esses zoósporos desenvolvem-se em gametófitos, que produzem gametângios na maturidade.[8]

Referências

  1. a b Zottarell, Carmen Lidia Amorim Pires. «Contribuição para o conhecimento de Chytridiomycota da "Reserva Biológica de Paranapiacaba", Santo André, SP, Brasil»
  2. James, Timothy Y. «A molecular phylogeny of the flagellated fungi (Chytridiomycota) and description of a new phylum (Blastocladiomycota)»
  3. a b c ALEXOPOULOS, C.J., MIMS, C.W. & BLACKWELL, M.B. 1996. Introductory Mycology. 4th ed. John Wiley & Sons, New York
  4. HAWKSWORTH, D.L.. KIRK, P.M., SUTTON, B.C. & PEGLER, D.M. 1995. Ainsworth & Bisby´s Dictionary of the Fungi. 8th ed. International Mycological Institute, Egham.
  5. Powell MJ, Chambers JG, Holznagel WE. 2004b. Phylogenetic relationships among Rhizophydium isolates from North America and Australia. Mycologia 96: 1339–1351.
  6. Recent Asian origin of chytrid fungi causing global amphibian declines por Simon J. O’Hanlon et al Vol. 360, edição 6389, pp. 621-627 DOI: 10.1126 / science.aar1965 (2018)
  7. CARNAVAL, A.C.O.Q., TOLEDO, L.F., HADDAD, C.F.B. & BRITTO, F.B. 2005. Chytrid fungus infects high-altitude stream-dwelling Hylodes magalhaesi (Leptodactylidae) in the Brazilian Atlantic rainforest. Froglog 70:3.
  8. Raven, Peter H., 1936 - Biologia Vegetal / Peter . Raven, Ray F. Evert, Susan E. Eichhorn; Rio de Janeiro : Guanabara Koogan, 2010.
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O filo Chytridiomycota inclui organismos que são heterotróficos e que possuem paredes de quitinosas e uma nutrição por absorção. Neste grupo todas as espécies possuem um estágio zoospórico no seu ciclo de vida (Barr 1990). Segundo James (2006) este é o único filo de fungos verdadeiros que se reproduzem com esporos (zoósporos).

Este filo contém somente uma classe, Chytridiomycetes, sendo a única pertencente ao reino Fungi que produz células móveis. Com exceção as poucas espécies com células poliflageladas, as células móveis (zoósporos e gametas) destes organismos possuem um único flagelo tipo chicote, posteriormente inserido (Alexopoulos et al. 1996).

Os fungos pertencentes a este filo são similares aos fungos superiores seja composição de suas paredes celulares, ou pela bioquímica de suas células, bem como pela análise seqüencial das subunidades ribossômicas. Sem se considerar aspectos bioquímicos ou moleculares, há espécies filamentosas entre os Chytridiomycota para justificar sua relação com os fungos superiores (Barr 1990, 1992). Outras características que possuem em comum com os outros fungos são: a estrutura cenocítica do talo e a conversão do zigoto em esporo ou esporângio de resistência, ou no desenvolvimento de talo diplóide. Possuem talo de desenvolvimento endógeno ou exógeno, holocárpico ou eucárpico, monocêntrico, policêntrico, rizoidal ou micelial; paredes celulares com quitina e glucanos; cristas mitocondriais achatadas; divisões intranucleares cêntricas; zoósporos sem mastigonemas ou escamas (flagelo tipo chicote), com um único sistema de raízes flagelares e algumas vezes rumposomos. Reprodução assexual por meio de zoósporos e, a sexual por copulação planogamética, copulação de gametângios ou somatogamia (Hawksworth et al. 1995, Alexopoulos et al. 1996).

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