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Saururaceae ( Português )

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Saururaceae é uma família de ervas perenes da ordem Piperales.[1] Trata-se de um grupo de plantas dicotiledôneas da divisão Magnoliophyta, compondo uma parte das conhecidas Angiospermas.[2]

São caracterizadas por suas folhas, em geral, aromáticas e pelas inflorescências em espiga ou cacho de flores bissexuais sem perianto.

É uma família pequena composta apenas quatro gêneros e seis espécies, cuja importância econômica está no fato de serem cultivadas como plantas ornamentais e na produção de óleos essenciais, os quais são secretados pelos idioblastos.[3]

São encontradas, principalmente, na América do Norte e no leste Asiático.[4] No Brasil, podemos encontrar algumas espécies na região Sudeste.[5]

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Classificação Filogenética (APG)

Diversidade Taxonômica

Saururaceae é uma família de ervas perenes da ordem Piperales.[1] Essa ordem, em conjunto com as ordens Canellales, Magnoliales e Laurales, foram o clado das Magnoliídeas, as quais possuem as mesmas características das angiospermas basais.[2] Esse clado é suportado por inferências baseadas em substituição de árvores, bem como mudanças no microestruturais no genoma cloroplastidial.[6] Já ordem Piperales é formada pelas três famílias botânicas: Saururaceae, Piperaceae e Aristolochiaceae.[2]

Gêneros

Dentro da família Saururaceae são encontrados quatro gêneros. São eles:

Morfologia

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Ilustração da Houttuynia cordata. As Saururáceas são ervas que possuem inflorescências espigadas e flores pequenas sem perianto.

A família das Saururáceas, também conhecida como família da cauda de Lagarto (referência à inflorescência em forma de cauda de Saururus cernuus), é constituída por plantas herbáceas perenes, rizomatosas e caules perenes. São distinguidas por possuírem uma bráctea em espiga ou cacho (racemo), flores sem perianto, um ovário solitário com muitos óvulos (1 a 10) e apresentam cápsulas, isto é, seus frutos são secos e deiscentes e compostos por mais de um carpelo.[7]

As folhas dos representantes desse grupo são, em geral, simples, aromáticas e carnudas, apresentando base larga, estípulas na superfície adaxial e nervação ou venação palmada (mais de uma nervura principal que nasce da base foliar junto à inserção do pecíolo, radiando em direção às margens).[8]

São plantas hermafroditas, isto é, as flores são bissexuais (apresentam tanto a estrutura reprodutiva feminina como a masculina). Sendo assim, as flores são pequenas, sem perianto, porém possuem, em geral, de três a quatro carpelos. Estas estão agrupadas em inflorescências espigadas com uma grande bráctea basal.[8]

Quanto à estrutura masculina, estas plantas podem apresentar os seguintes estames: 3, 3 + 3, ou 4 + 4, os quais são separados entre si. Em alguns táxons, estes podem se encontrar aderidos à base do gineceu. Além disso, as anteras (porção terminal dos estames) são classificados, em relação à deiscência, como longitudinais.[7]

Já em relação à estrutura feminina, o gineceu das Saururáceas pode ser sincárpico (carpelos unidos entre si) ou apicalmente apocárpico, contendo um ovário superior, com três a cinco carpelos e um lóculo (câmara ou cavidade do ovário).[7]

Os óvulos dessa família, bem como os da maioria das Angiospermas, são apresentam duas camadas de tegumento (bitegumentados), podendo ser classificados em ortótropos (não apresentam nenhuma curvatura; a micrópila, chalaza, megaprotalo e o funículo se encontram no mesmo eixo) ou anátropos (apresenta uma curvatura, fazendo com que a micrópila e o funículo se disponham bem próximos).[7][8]

Os frutos das Saururáceas são cápsulas deiscentes. As sementes contém como tecido de reserva o perisperma, o qual se trata de resquícios do tecido nucelar do óvulo.[7]

Quanto ao tipo de placentação, esse grupo possui, no geral, placentação parietal (marginal em Saururus). Neste caso, os óvulos estão aderidos à parede do ovário em um gineceu sincárpico.[7]

Domínios e estados de ocorrência no Brasil

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Distribuição geográfica das Saururaceae no Brasil. Estão localizadas, principalmente, na região Sudeste.

A família Saururaceae detém o domínio fitogeográfico principal como a Mata Atlântica, com tipo de vegetação antrópica (área ambiental que sofreu alguma alteração).[5]

Possuem ocorrências confirmadas em grande parte da região sudeste brasileira. Distribuídas mais especificamente nos estados: São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. Contudo, não são endêmicas do Brasil, podendo ser encontradas também na América do Norte e da Ásia oriental, locais onde essa família é nativa.[5]

Lista de espécies brasileiras

No Brasil, são encontradas quatro das seis espécies registradas para a família. São elas:

  • Houttuynia cordata Thunb.
  • Houttuynia emeiensis Z.Y.Zhu & S.L.Zhang.
  • Houttuynia foetida Loudon.
  • Polypara cochinchinensis Lour.

Registros fósseis

Fósseis de pólen datam a partir de meados do Eoceno, mostrando grãos monossulcados (apenas uma abertura na sua exina) com cerca de 10 μm. Além disso, a partir do Eoceno e Plioceno também são conhecidos os frutos e sementes desta família.[9]

Datam do Eoceno, fósseis de inflorescências de saururáceas existentes do gênero Saururus. Estas inflorescências já apresentavam as características gerais do grupo: as flores não possuem perianto, são pequenas e delicadas (1 mm de diâmetro) e são dotadas de quatro carpelos.

Relações filogenéticas

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Árvore filogenética mais parcimoniosa das Saururaceae a partir de dados genômicos.

Fundamentado em números cromossômicos básicos de Saururus, Anemopsis e Houttuynia foi-se proposto que Anemopsis e Houttuynia seriam derivados de Saururus.[4]

Com base em análises cladísticas com caracteres morfológicos e ontogenéticos, pode-se inferir que Saururus foi o primeiro gênero a se divergir da ancestral Saururaceae. Desse modo, foi seguido nas divergências pelos gêneros Gymnotheca, com Houttuynia e Anemopsis como grupo irmão.[4]

Compatibilizando dados de vários aspectos (morfológicos, embriológicos, citológicos, entre outros), chegou-se à conclusão de que os ancestrais de Saururaceae podem ser dividídos em duas linhagens: GymnothecaAnemopsis e SaururusHouttuynia.[4]

Referências

  1. a b Jaramillo, M. Alejandra; Manos, Paul S.; Zimmer, Elizabeth A. (2004–2005). «Phylogenetic Relationships of the Perianthless Piperales: Reconstructing the Evolution of Floral Development». International Journal of Plant Sciences (em inglês). 165 (3): 403–416. ISSN 1058-5893. doi:10.1086/382803
  2. a b c «An update of the Angiosperm Phylogeny Group classification for the orders and families of flowering plants: APG IV». Botanical Journal of the Linnean Society (em inglês). 181 (1): 1–20. 24 de março de 2016. ISSN 0024-4074. doi:10.1111/boj.12385
  3. FIGUEIREDO, Ana Cristina da Silva (2006). «Plantas aromáticas e medicinais. Factores que afectam a produção.» (PDF). Potencialidades e Aplicações das Plantas Aromáticas e Medicinais, Curso Teórico-Prático
  4. a b c d Meng, Shao-Wu; Douglas, Andrew W.; Li, De-Zhu; Chen, Zhi-Duan; Liang, Han-Xing; Yang, Jun-Bo (2003). «Phylogeny of Saururaceae Based on Morphology and Five Regions from Three Plant Genomes». Annals of the Missouri Botanical Garden. 90 (4): 592–602. doi:10.2307/3298544
  5. a b c «Detalha Taxon Publico». reflora.jbrj.gov.br. Consultado em 30 de novembro de 2018
  6. CARLQUIST, Sherwin (1995). «Wood and stem anatomy of Saururaceae with reference to ecology, phylogeny, and origin of the monocotyledons.» (PDF). IAWA Journal
  7. a b c d e f SIMPSON, Michael G. (2010). Plant systematics. [S.l.]: Academic press
  8. a b c «Angiosperm families - Saururaceae A. Rich.». www.delta-intkey.com. Consultado em 30 de novembro de 2018
  9. TAYLOR, Edith L. (2009). Paleobotany: the biology and evolution of fossil plants. [S.l.]: Academic Press
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Saururaceae é uma família de ervas perenes da ordem Piperales. Trata-se de um grupo de plantas dicotiledôneas da divisão Magnoliophyta, compondo uma parte das conhecidas Angiospermas.

São caracterizadas por suas folhas, em geral, aromáticas e pelas inflorescências em espiga ou cacho de flores bissexuais sem perianto.

É uma família pequena composta apenas quatro gêneros e seis espécies, cuja importância econômica está no fato de serem cultivadas como plantas ornamentais e na produção de óleos essenciais, os quais são secretados pelos idioblastos.

São encontradas, principalmente, na América do Norte e no leste Asiático. No Brasil, podemos encontrar algumas espécies na região Sudeste.

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