dcsimg

Anfíbios

Harlequin frog, Brian Gratwicke, CC-BY
Autores:
Instituto de Biodiversidade de Ontario
Paul D. N. Hebert
C Michael Hogan

Editor:
Kevin J. Caley

Traduzido Por:
Paulo Mateus, Universidade Federal Rural de Pernambuco, UFRPE, Brasil

Fonte:
Enciclopédia da Terra


Definindo os Anfíbios
O termo anfíbio vem do Grego “amphibios”, que significa “duas vidas”. Esta é uma definição apropriada, uma vez que a maioria dos anfíbios adultos são mais adaptados à vida em terra do que na água, enquanto suas formas larvais são inteiramente aquáticas.


Durante grande parte das suas vidas, que pode ser de dois meses a vários anos dependendo da espécie, as formas larvais dos anfíbios têm pouca semelhança com suas formas adultas. Então, algo milagroso acontece. Em questão de semanas, ou mesmo dias, o antigo organismo parecido com um peixe se metamorfoseia em um quadrúpede terrestre com respiração pulmonar!


Existem três ordens viventes na Classe Amphibia: Anura (rãs, pererecas e sapos), Caudata (salamandras) e Gymnophiona (Cecílias). A Ordem Anura tem o maior número de espécies, com mais de 6.500 espécies distribuídas pelo mundo (Frost, 2015). A ordem Caudata possui mais de 690 espéices distribuídas pelo planeta. O terceiro grupo de anfíbios, as cecílias, é ainda menor, com cerca de 200 espécies e estão todas restritas aos trópicos. Muitas espécies de anfíbios se encontram ameaçadas. As principais classes de ameaças são as alterações antropogênicas na distribuição da água ao longo da superfície (conversão de algumas áreas em terras para agricultura), e a urbanização para atender as necessidades da população humana que cresce de forma explosiva.


Herpetologia
O estudo dos anfíbios está frequentemente unido ao estudo dos répteis sob o título de “Herpetologia”, onde o termo “Herpe” deriva da palavra grega “herpes” que significa “restejar”. A menção deste termo é suficiente para fazer muitos cientistas de anfíbios e répteis “se encolherem”, uma vez que hoje sabemos que estes dois táxons são distantemente relacionados. De fato, répteis são mais similares aos mamíferos do que aos anfíbios. Apesar deste fato, por centenas de anos, cientistas ao redor do mundo falharam em distinguir estes dois grupos de vertebrados. Carolus Linnaeus, o pai da classificação biológica moderna, desmereceu os dois grupos chamando-os de “sujos” e “repugnates”. Nos dias de hoje, o sucesso de filmes como Anaconda atestam o nosso medo persistente das criaturas de “sangue-frio”. Entretanto, um melhor entendimento deles pode convencer até o observador mais tímido de que os répteis e anfíbios não são apenas profundamente diferentes, mas também estão distantes de serem absolutamente “assustadores”.


Anfíbios e Répteis: Similaridades e Diferenças
Tanto anfíbios como répteis são ectotérmicos, o que significa que eles absorvem calor do ambiente mais do que o produzem internamente. Dizer que eles são de sangue-frio é impreciso, uma vez que eles, como os vertebrados endotérmicos, precisam de calor para permanecer ativos. Ectotérmicos são forçados a “desacelerar” à medida que seu ambiente se torna mais frio. Embora isso os coloque sob o risco de predadores, este fato também pode ser vantajoso. Enquanto um endotérmico gasta uma grande quantidade de energia apenas para manter uma temperatura corporal constante, um ectotérmico pode passar meses com pouca oferta de comida e oxigênio.


Embora compartilhem o mesmo modo de termorregulação, anfíbios e répteis são organismos muito diferentes. Enquanto os répteis possuem fertilização interna e uma pele escamosa à prova d’água que lhes permite viver independentes desta, os anfíbios estão intimamente associados a ela. Na maior parte das vezes, anfíbios não possuem escamas e sua pele é altamente permeável, requerendo uma fonte de umidade para evitar a dessecação. Em adição, a maioria dos anfíbios se reproduz na água onde depositam suas massas de ovos delicados com revestimento gelatinoso.

Referências
  1. D.C.Blackburn and D.B.Wake, 2011. Class Amphibia Gray, 1825. In: Zhang, Z.-Q. (Ed.) Animal biodiversity: An outline of higher-level classification and survey of taxonomic richness. Zootaxa 3148: 39-55.
  2. D.R. Frost et al. 2006. The Amphibian Tree of Life. Bulletin of the American Museum of Natural History 297: 1–291.
  3. D.R. Frost. 2015. Amphibian Species of the World: an Online Reference. Version 6.0 (Date of access August 19, 2015). Electronic Database accessible at http://research.amnh.org/herpetology/amphibia/index.html. American Museum of Natural History, New York, USA.
  4. C.Michael Hogan. 2008. California Giant Salamander, Dicamptodon ensatus. Globaltwitcher. ed. N.Stromberg
  5. B.Lanza, S.Vanni & A.Nistri. 1998. Cogger, H.G. & Zweifel, R.G.. ed. Encyclopedia of Reptiles and Amphibians. San Diego: Academic Press. pp. 60–68. ISBN 0-12-178560-2.


Este artigo foi adaptado da Enciclopédia da Terra.
Disponível sob CC BY-SA-2.5


Citação


Biodiversity Institute of Ontario (Lead Author);Paul D. N. Hebert, C Michael Hogan (Contributing Author);Kevin J. Caley (Topic Editor) "Amphibian". In: Encyclopedia of Earth. Eds. Cutler J. Cleveland (Washington, D.C.: Environmental Information Coalition, National Council for Science and the Environment). [First published in the Encyclopedia of Earth August 29, 2008; Last revised Date May 24, 2012; Retrieved September 27, 2012