Gnetaceae é uma família de plantas lenhosas [1], pertencentes a ordem Gnetales localizada dentro do grupo de gimnospermas (Figura 1). Esta família possui um único gênero Gnetum L. que é constituído por aproximadamente 40 espécies[2].
As Gnetaceae são representantes entre as gimnospermas vivas de espécies que podem ser lianas lenhosas ou arbustos, perenes, raramente são árvores e possuem caules articulados. Suas folhas são largas, simples, opostas, pecioladas ..[2], com venação fina hierarquizada-reticulada [1] e broquidódroma. São compostas de plantas monóicas, podendo ser encontradas dióicas, com micro e megasporângias. Os estróbilos são distribuídos nas axilares às folhas, organizados em eixos compactos ou alongados, com nós e internós. Os estróbilos microsporangiados possuem duas brácteas fundidas que rodeiam muitos botões férteis, estes são frequentemente confundidos com flores. Cada botão fértil é constituídos de duas brácteas que se finalizam em microsporangióforo [1]. Geralmente tem dois microsporângios separados na ponta de cada esporófilo [2] Possuem o pólen de forma esférica, sem estrias e ondulações, a sua superfície pode ser espinhosa; os óvulos são estéreis [1][2] Os estróbilos megasporangiados apresentam de 4 à 10 óvulos férteis por anel. As sementes são drupáceas, envoltas em um falso testículo carnoso e vistoso, podendo ser vermelho, laranja ou
amarelo e o embrião apresentam com dois cotilédones .[3] [1] [4]
Possuem predominância em áreas com os seguintes tipos de vegetação: Campinarana, Floresta Ciliar ou Galeria, Floresta de Igapó, Floresta de Terra Firme, Floresta de Várzea .[4]
A maioria das espécies é nativa da Indonésia, do sul da China, Índia, algumas espécies habitam florestas tropicais da África e da bacia de Amazônia .[2]
É uma família nativa, porém não é endêmica do Brasil. Na América podem ser encontradas 8 espécies, das quais 6 ocorrem no Brasil .[4]
Espécies de Gnetum descritas na região amazônica, entre elas:
● G. amazonicum Tui.;
● G . paniculatum Spruce ex Benth.;
● G. urens;
● G . nodiflorum Brongn.;
● G . schwackeanum Taub.;
● G . venosum Spruce ex Benth.;
● G. leyboldii Tui .[3]
Possuem ocorrências confirmadas na região Norte, nos estados do Acre, Amazonas, Pará, Rondônia e Roraima e, na região Centro-Oeste no estado do Mato Grosso .[4]
Estudos recentes de filogenética baseados em dados moleculares, apontam os gnetófitas como grupo monofilético, as Efedráceas, irmã de um clado incluindo as Gnetaceae e Welwitschiaceae [5][6].
A posição filogenética de Gnetales tem sido intensamente estudada no decorrer dos anos por apresentar questões controversas. Inicialmente, os estudos foram baseados em análises cladísticas de suas estruturas morfológicas, e teve como resultado Gnetales como grupo irmão das angiospermas .
Análises recentes apresentam três hipóteses para sua filogenia: 1) Gnetales como grupo irmão de coníferas; 2) Gnetales dentro de coníferas e 3) como grupo irmão de Pinaceae. Apesar de não ser conclusiva sua relação filogenética, sua existência auxilia no entendimento das tendências evolutivas das gimnospermas[7][8][9]