Ruellia L., de acordo com o Sistema APG II, é um gênero botânico da família Acanthaceae. É comum em vários lugares da região neotropical, Madagascar e África continental[1], estando presente em habitats com bastante chuva e pouca luz, ambientes abertos e áridos, ambientes alagados, ambientes sazonalmente extremos e regiões de baixa à alta elevação[2]. Algumas espécies também ocorrem no sudeste da Ásia, Austrália e regiões temperadas da América do Norte. A maioria das espécies de Ruellia produz flores cleistógamas[3] e sua única sinapomorfia conhecida é a morfologia do grão de pólen, designado "wabenpollen" por Lindau (1895) e caracterizado por ser triporado, esferoidal e possuir exina grosseiramente reticulada[4].
O gênero Ruellia foi inicialmente estabelecido por Carolus Linnaeus (1737) que incluiu 8 espécies no seu Species Plantarum (1753), das quais Ruellia tuberosa foi designada Lectótipo. Nees, que tratou as acantáceas na Flora Brasiliensis e no Prodromus Systematis Naturalis Regni Vegetabilis, inseriu as espécies descritas por Lineu em diversos gêneros, além de descrever vários outros gêneros para acomodar as numerosas variações de espécimes encontradas nos trópicos, especialmente no Novo Mundo.[5]
Após Nees, vários autores como Oersted (1854), Bentham (1876) e Lindau (1895) mudaram a circunscrição do gênero. O tratamento de Ezcurra (1993) das espécies do sul da América do Sul (Argentina, Sul do Brasil, Paraguai e Uruguai) lidou com Ruellia de forma ampla e juntou o gênero em 7 grupos informais (Chiloblechum, Dipteracanthus, Ebracteolati, Hygrophiloidei, Physiruellia, Ruellia e Salpingacanthus).[6]
A partir de análises filogenéticas com dados moleculares, Erin Tripp (2007) identificou 9 clados dentro do grupo monofilético de Ruellia do Novo Mundo, sendo esse grupo inserido no grado de Ruellia do Velho Mundo[7]. Por fim, em 2017, outro estudo de Erin Tripp estabeleceu 5 seções dentro de Ruellia do Velho Mundo[8].
A maioria das espécies são ervas perenes ou subarbustos, mais raramente arbustos ou pequenas árvores. As folhas são simples, opostas, geralmente pecioladas, com margem inteira, crenada ou crenulada e superfície glabra ou pubescente. Inflorescências possuem um esquema básico de dicásio simples ou composto, com grande variação entre as espécies. O cálice é praticamente sempre partido em 5 e a corola consiste de um tubo basal estreito, uma garganta mais ou menos cilíndrica, infundibuliforme ou campanulada com o limbo partido em 2 lobos posteriores e 3 lobos anteriores mais ou menos com mesmo tamanho e forma. Androceu com quatro estames geralmente didínamos e gineceu com estigma possuindo 2 lobos. O fruto é, assim como na maioria das acantáceas, uma cápsula loculicida, biloculada e com duas valvas.[9]
O gênero Ruellia possui 269 espécies reconhecidas atualmente[10], com 83 espécies aceitas para o Brasil[11].
Ruellia L., de acordo com o Sistema APG II, é um gênero botânico da família Acanthaceae. É comum em vários lugares da região neotropical, Madagascar e África continental, estando presente em habitats com bastante chuva e pouca luz, ambientes abertos e áridos, ambientes alagados, ambientes sazonalmente extremos e regiões de baixa à alta elevação. Algumas espécies também ocorrem no sudeste da Ásia, Austrália e regiões temperadas da América do Norte. A maioria das espécies de Ruellia produz flores cleistógamas e sua única sinapomorfia conhecida é a morfologia do grão de pólen, designado "wabenpollen" por Lindau (1895) e caracterizado por ser triporado, esferoidal e possuir exina grosseiramente reticulada.