A azeda (Rumex acetosa), também conhecida em Portugal como azedas, azeda-brava[1], erva-vinagreira ou vinagreira[2][3], é uma planta do género Rumex que cresce no Norte da Península Ibérica.[4][5] No Brasil é conhecida como azedinha.
Quanto à sua tipologia fisionómica, trata-se de uma planta hemicriptófita.[4]
Planta de talo erecto, simples e estriado, que pode chegar a atingir até um metro de altura, distinguindo-se pela coloração avermelhada da base. As raízes são perenes, um pouco lenhosas e arraigam-se profundamente em solos húmidos.[6]
As folhas são lanceoladas, carnosas e comestíveis, se bem que com um sabor acre, como o nome da planta já indica. As folhas inferiores estão seguras por um pecíolo fino que se vai estreitando e diminuindo, até desaparecer, à medida que se passa para as folhas superiores. As flores são dióicas e figuram na parte superior do talo, formando ramalhetes de flores de cor avermelhada, que ao amadurecer se tornam purpúreas. A cepa, da qual brotam copiosas raízes sinuosoas, é pouco tuberosa. A planta tem dois sexos: macho e fêmea.[6]
As sementes maduras são reluzentes e castanhas.[6]
A azeda encontra-se distribuída naturalmente pela Europa, mormente na orla Mediterrânica; na Ásia não tropical; no Norte de África e na Austrália.[5] No Norte do continente americano figura como uma espécie neófita.[7]
Trata-se de uma espécie presente no território português, nomeadamente em Portugal Continental, mais concretamente, em todas as zonas do país, salvo o Sudeste meridional, o Sudoeste setentrional, o Sudoeste montanhoso e todas as zonas do Algarve, desde Barrocal algarvio ao sotavento.[5]
Em termos de naturalidade é nativa da região atrás indicada.
Privilegia os bosques húmidos[5] e as zonas sombrias perto de cursos de água. Sendo certo que é capaz de prosperar tanto em solos secos como húmidos[4], prefere os solos ácidos (pH inferior a 7), ricos em ferro e com níveis moderados de fósforo.[8]
A Rumex acetosa foi descrita por Carlos Linneo e mencionada na obra Species Plantarum 1: 337-338. 1753.[9]
Quanto ao género, provém do latim rŭmex, rumǐcis, já registado por Plínio, o Velho[10][11]:
quod... appellant, nostri vero rumicem, alii lapathum canterinum— Que nós [os latinos] chamamos de rumex e outros [povos itálicos] de lapathum canterinum) («Naturalis Historia», livro XX, cap. 85)
acetosa: epíteto latino que significa "de folhas ácidas".[12]
É uma planta fácil de cultivar, flora de Maio a Setembro e pode colher-se entre os meses de Abril e Junho.
A acidez da azeda deve-se ao bioxalato de potassa (5 a 9%), popularmente designado de sal-de-azedas[15], que é além de ser um dos principais responsáveis pelas suas qualidades medicinais, também é uma substância usada na confecção de preparados anti-nódoas[16]. Contém vitamina C (80 mg/100 g), quercitrina, vitexina e derivados antraquinónicos como a emodina e taninos.[17] Outro componente de interesse é o resveratrol.
Graças ao seu sabor peculiar, usa-se como condimento na elaboração de vários pratos, cozida ou em saladas. A sopa de azedas é um prato popular em vários países europeus. Apresenta efeitos diuréticos. Devido ao elevado conteúdo de Vitamina C considera-se antiescorbútica.
Com base no expendido por Plínio, o Velho, na sua obra «Naturalis Historia», no livro XX, no capítulo LXXXV, dedicado especificamente a esta planta, ficamos a saber que os romanos antigos usavam esta planta para confeccionar teríagas contra a aguilhoada de escorpiões.[18] Na mesma época, confeccionava-se um decocto da raiz da azeda, demolhada em vinagre, que era usado como elixir para tratar da icterícia[19]. A semente, por seu turno, era usada em preparados destinados a acalmar as maleitas do estômago.[20]
Quando misturada com banha era usada para fazer um unguento usado para ajudar a sarar as escaras da escrófula.[21]
A azeda (Rumex acetosa), também conhecida em Portugal como azedas, azeda-brava, erva-vinagreira ou vinagreira, é uma planta do género Rumex que cresce no Norte da Península Ibérica. No Brasil é conhecida como azedinha.
Quanto à sua tipologia fisionómica, trata-se de uma planta hemicriptófita.