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Chaetodon hoefleri ( Portuguese )

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Chaetodon hoefleri é uma espécie de peixes tropicais marinhos da família Chaetodontidae genericamente conhecida como Peixe-Borboleta em Portugal, Borboleta, Feiticeira, Lebre e Vitória em Cabo Verde e Peixe-Borboleta, Lebre e Vitória em Angola.[1] O nome científico vem do grego Chaeto, cerda ou cabelo, e donte, dente, em referência ao tipo de dentes encontrados nesta família de peixes; hoefleri é uma homenagem a Hoefler. Habitam principalmente a região costeira africana ocidental.

Descrição

Chaetodon hoefleri são peixes que podem atingir 27 centímetros de comprimento, todavia são mais comuns com cerca de 17.[2] Allen afirma que seu comprimento máximo é 20 centímetros de modo que esta questão não parece resolvida.[3] Têm corpo largo, lateralmente comprimido, com uma única barbatana dorsal com 11 espinhas dorsais, de 1 a 24 raios dorsais, e 3 espinhas anais com 16 a 17 raios anais.[4] O corpo é branco, recoberto por uma retícula de pontos amarelo-alaranjados espaçados e regulares, com quatro barras verticais castanhas a alaranjadas, estreitamente circundadas de amarelo escuro, uma atravessando o olho e outra a base da cauda. A nadadeira dorsal é longa, com extremidade amarelo escuro e base branca terminando em estreitíssima linha azulada; a cauda transparente com uma lista amarela vertical aproximadamente no meio e ocasionalmente outra próxima da base; as outras barbatanas são amarelas ou alaranjadas; acima da boca têm uma mancha da mesma cor. Sua aparência é muito próxima de Chaetodon marleyi do qual diferencia-se por pela contagem de espinhas nas barbatanas dorsais e caudais, uma a menos em cada barbatana, em Chaetodon hoefleri, bem como por não apresentar a segunda mancha escura na parte posterior da barbatana dorsal em indivíduos jovens.[3] Sua boca é pequena com minúsculas cerdas em vez de dentes.[5]

Ecologia

Chaetodon hoefleri habitam as áreas de solo rochoso, ocasionalmente arenoso ou lodo,[6] das regiões costeiras do Atlântico oriental tropical e Cabo Verde, de Cape Blanc e Levrier Bay, da Mauritânia até Angola, com dois registros no leste do Mediterrâneo, no Marrocos; entre 10 e 150 metros de profundidade sendo uma das espécies deste gênero a atingir as maiores profundidades. São mais comuns entre 20 e 75 metros.[6] Normalmente vivem solitários ou em pares, juvenis provavelmente são gregários.[7] Alimenta-se principalmente de invertebrados bentônicos.[8]

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Exemplar encalhado em Tivaouane, Senegal.

Reprodução

Como os outros peixes deste gênero, não apresentam cuidados parentais e são reprodutores livres, que liberam seus gametas geralmente ao anoitecer. No momento da desova par fica flutuando lentamente em um ângulo de 45° e liberam subitamente seus ovos e esperma que desaparecem rapidamente em direção ao fundo.[9] Os ovos são pelágicos, e eclodem em um dia. As larvas, chamadas tholichthys, são características apenas da família dos peixes borboleta. Esta fase da vida é muito diferente: a cabeça é protegida por uma armadura óssea e placas ósseas estendem-se para trás da cabeça. Os tholichthys são cinza prateados, quase transparentes, uma útil adaptação das espécies que vivem em suspensão. Depositam-se no fundo durante a noite, depois que atingem 20 milímetros. Às vezes, milhares de tholichthys eclodem na mesma noite. Crescem tão rápido que pela manhã as larvas já assemelham-se à fase juvenil no que diz respeito à cor do peixe.[10]

Taxonomia

Pertencem ao subgênero Chaetodon caracterizado por espécies que existem principalmente no Atlântico tropical, normalmente de padrões estriados, com menos de 20 centímetros de comprimento que alimentam-se principalmente de invertebrados e algas.

Referências

  1. nomes comuns na FishBase
  2. Bellemans, M., A. Sagna, W. Fischer and N. Scialabba, 1988. Fiches FAO d'identification des espèces pour les besoins de la pêche. Guide des ressources halieutiques du Sénégal et la Gambie (Espèces marines et d'eaux saumâtres). FAO, Rome.
  3. a b Gerald Allen (1985) Butterfly and Angelfishes of the World, Vol. 2. Hans A. Baensh Eds., West Germany.
  4. Burgess, W.E. (1978). Butterflyfishes of the world. A monograph of the Family Chaetodontidae. T.F.H. Publications, Neptune City, New Jersey.
  5. Randall, J.E. (1996). Caribbean reef fishes. Third Edition - revised and enlarged. T.F.H. Publications, Inc. Ltd., Hong Kong. 3nd ed. 368 p.
  6. a b Maugé, L.A., 1990. Chaetodontidae. p. 837-840. In J.C. Quero, J.C. Hureau, C. Karrer, A. Post and L. Saldanha (eds.) Check-list of the fishes of the eastern tropical Atlantic (CLOFETA). JNICT, Lisbon; SEI, Paris; and UNESCO, Paris. Vol. 2
  7. Chaetodon hoefleri no FishBase
  8. Nalbant, T., 1986. Chaetodontidae. p. 914-915. In P.J.P. Whitehead, M.-L. Bauchot, J.-C. Hureau, J. Nielsen and E. Tortonese (eds.) Fishes of the north-eastern Atlantic and the Mediterranean. UNESCO, Paris. Vol. 2.
  9. Helmut Strutz (2001) Beobachtungen zum Laichverhalten von Chaetodon kleinii im Aquarium, in Der Meerwasseraquarianer.
  10. Florida Museum of Natural History (2005). de [www.flmnh.ufl.edu/fish/Gallery/Descript/ButterflyFour/ButterflyFour.htm. Education-Biological Profiles. FLMNH, University of Florida

Ver também

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