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Tinamiformes ( portugali )

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A ordem Tinamiformes é representada por uma única família, a Tinamidae. São aves de aparência galinácea, endêmicas do neotrópico, ocorrendo do México à Patagônia, e ocupando inclusive os Andes até 4 800 metros de altitude. Representam um dos mais antigos grupos de aves do continente americano, com registros fósseis procedendo do Mioceno da Argentina.

Alimentam-se predominantemente de sementes. Diferentemente da maioria das aves, a incubação e o trato dos filhotes são tarefas exclusivas dos machos. Outra constante é a dominância do sexo feminino e a monogamia. Cabe às fêmeas definir territórios, mantê-los, atrair e competir pelos machos que as fecundarão e, feita a postura, chocarão seus ovos e cuidarão de sua descendência.

Existem 47 espécies de tinamídeos, divididos em 9 gêneros, a maioria conhecidos, como inambus e lambus (principalmente as do gênero Crypturellus), ou "codornas"; entretanto, é necessário não confundir este grupo com a verdadeira codorna, explorada comercialmente (Coturnix coturnix), que é um membro da ordem dos Galliformes. Os tinamídeos possuem um parentesco muito mais próximo com os avestruzes, emas, casuares e quivis do que com os galináceos, sendo que a aparência similar à dos Galliformes surgiu através de evolução convergente. Pesquisas publicadas a partir de 2010 descobriram que os tinamídeos são realmente mais próximos da extinta moa da Nova Zelândia.

Distribuição geográfica e habitat

Os tinamídeos são restritos à região Neotropical, sendo encontrados do noroeste do México ao sul da Argentina. Ocupam praticamente todos os ambientes terrestres existentes na América do Sul, habitando desde os desertos andinos, a mais de 5 300 metros de altitude, até a mata atlântica e ao nível do mar. Eles são mais abundantes e diversificados na região amazônica, onde se concentra a maioria das espécies dos gêneros Tinamus e Crypturellus.[1]

Alimentação

A dieta consiste principalmente de sementes, raízes, frutas, insetos e moluscos. Algumas espécies comem também pequenos vertebrados (lagartos, sapos e roedores). Eles se alimentam no solo, revirando as folhas e a matéria orgânica com o bico, mas não esgraveteiam o solo com os pés como fazem os galináceos. Os tinamídeos bebem regularmente sempre que há disponibilidade de água. Bebem sugando, não levantam a cabeça para engolir a água.[1]

História evolutiva

Os tinamídeos representam a linhagem mais antiga de aves do continente sul-americano.[1] Os registros mais antigos datam do Terciário e são restritos à Argentina: uma espécie descrita por Geoffroy (1832), Eudromia indet. sp., datada do Mioceno Superior da província de La Pampa, e duas, Eudromia olsoni e Nothura parvula, do Plioceno Superior da província de Buenos Aires. Os registros do Quaternário incluem diversas espécies ainda existentes, e têm sido encontrados espalhados por diversos sítios do Pleistoceno Inferior na América do Sul.[2]

Espécies fósseis

  • Eudromia indet. sp. É. Geoffroy, 1832 (Mioceno Superior da província de La Pampa, Argentina)
  • Eudromia olsoni Tambussi e Tonni, 1985 (Plioceno Superior da província de Buenos Aires, Argentina)
  • Eudromia intermedia (e) (Rovereto, 1914) (Plioceno da Argentina)
  • Nothura parvula (e) (Rovereto, 1914) (Plioceno Superior da província de Buenos Aires, Argentina)
  • Nothura paludosa Mercerat, 1897 (Pleistoceno da Argentina)
  • Crypturellus cf. C. transfasciatus (Campbell, 1979) (Pleistoceno do noroeste do Peru)
  • Querandiornis romani Rusconi 1958 (Pleistoceno Inferior/Médio da Argentina)

Classificação

A ordem Tinamiformes é o grupo-irmão das ratitas (Struthioniformes sensu lato), e estes dois grupos formam o Paleognathae, baseado na característica do palato.

Tradicionalmente os tinamídeos são subdivididos em duas subfamílias: Tinaminae, espécies florestais e que têm a abertura das narinas na metade rostral do bico; e Rhynchotinae, espécies campestres e que possuem a abertura das narinas na base do bico.

Tinamidae Rhynchotinae

Tinamotis



Eudromia







Taoniscus



Nothura




Nothoprocta




Rhynchotus




Tinaminae

Crypturellus



Tinamus




Nothocercus




Notas

  • Nota (a): Stotz et al. (1996) propôs saltuarius, idoneus e columbianus como espécies distintas de erythropus. Entretanto a proposta foi rejeitada pela SACC 2006.
  • Nota (b): Tratados como espécies distintas do C. erythropus por diversos autores, entre os quais del Hoyo et al. (1992); Sibley e Monroe (1990;1993); NACC (1998, supl. 49º de 2008); Dickinson (2003); Clements (2005); Birdlife (2008, v.1); e IOC (2008, v.1.6). Rejeitado pela SACC por causa do material publicado ser insuficiente.
  • Nota (c): Recentemente elevado a espécie (Maijer 1996). Aprovado pela SACC em 2005.
  • Nota (d): Considerado sinônimo de N. ornata (Krabbe e Schulenberg 2005). Aprovado pela SACC em 2007.
  • Nota (e): Inicialmente as espécies parvula e intermedius foram descritas no gênero Tinamisornis por Rovereto (1914). Posteriormente, Brodkorb (1961), moveu o intermedius para o gênero Roveretornis.[11]

Referências

  1. a b c SICK, H. Ornitologia Brasileira. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001.
  2. BERTELLI, S.; CHIAPE, L. M. (2005). Earliest Tinamous (AVES: PALAEOGNATHAE) from the Miocene of Argentina and their Phylogenetic Position. Contributions in Science 502: 1-20.
  3. del HOYO, J.; ELLIOT, A.; SARGATAL, J. (eds.). Handbook of the Birds of the World volume 1: Ostrichs to Ducks. Lynx Edicions, 1992.
  4. SIBLEY, C. G.; MONROE, B. L. Jr. Distribution and Taxonomy of Birds of the World. New Haven: Yale University Press, 1990.
  5. SIBLEY, C. G.; MONROE, J. E. Jr. A Supplement to Distribution and Taxonomy of Birds of the World. New Haven: Yale University Press, 1993.
  6. DICKINSON, E. C. (ed.). The Howard and Moore Complete Checklist of the Birds of the World. eª ed. Princeton: Princeton University Press, 2003.
  7. CLEMENTS, J. F. The Clements Checklist of Birds of the World. Cornell: Cornell University Press, 2005.
  8. REMSEN, J. V.; CADENA, C. D.; JARAMILLO, A.; NORES, M.; PACHECO, J. F.; ROBBINS, M. B.; SCHULENBERG, T. S.; STILES, F. G.; STOTZ, D. F.; ZIMMER, K. J. Version [8 de agosto de 2008]. A classification of the bird species of South America. American Ornithologists' Union. Acessado em http://www.museum.lsu.edu/~Remsen/SACCBaseline.html Arquivado em 2 de março de 2009, no Wayback Machine.>.
  9. BirdLife International (2008). The BirdLife checklist of the birds of the world, with conservation status and taxonomic sources. Version 1. Acessado em http://www.birdlife.org/datazone/species/>.
  10. GILL, F.; WRIGHT, M.; DONSKER, D. (2008). IOC World Bird Names (version 1.6). Acessado em http://www.worldbirdnames.org/> [09 de agosto de 2008].
  11. BRODKORB, P. (1961). Notes on fossils tinamous. The Auk 78: 256-257.

Ver também

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Tinamiformes: Brief Summary ( portugali )

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A ordem Tinamiformes é representada por uma única família, a Tinamidae. São aves de aparência galinácea, endêmicas do neotrópico, ocorrendo do México à Patagônia, e ocupando inclusive os Andes até 4 800 metros de altitude. Representam um dos mais antigos grupos de aves do continente americano, com registros fósseis procedendo do Mioceno da Argentina.

Alimentam-se predominantemente de sementes. Diferentemente da maioria das aves, a incubação e o trato dos filhotes são tarefas exclusivas dos machos. Outra constante é a dominância do sexo feminino e a monogamia. Cabe às fêmeas definir territórios, mantê-los, atrair e competir pelos machos que as fecundarão e, feita a postura, chocarão seus ovos e cuidarão de sua descendência.

Existem 47 espécies de tinamídeos, divididos em 9 gêneros, a maioria conhecidos, como inambus e lambus (principalmente as do gênero Crypturellus), ou "codornas"; entretanto, é necessário não confundir este grupo com a verdadeira codorna, explorada comercialmente (Coturnix coturnix), que é um membro da ordem dos Galliformes. Os tinamídeos possuem um parentesco muito mais próximo com os avestruzes, emas, casuares e quivis do que com os galináceos, sendo que a aparência similar à dos Galliformes surgiu através de evolução convergente. Pesquisas publicadas a partir de 2010 descobriram que os tinamídeos são realmente mais próximos da extinta moa da Nova Zelândia.

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