Ormosia arborea é uma árvore de copa frondosa e densifoliada endêmica do Brasil. O nome do gênero "Ormosia" vem do grego, ὅρμος/όrmos, e significa colar, fazendo referência a um dos usos de suas sementes coloridas, já o epíteto "arborea" tem a ver com suas dimensões por se tratar da espécie de maior porte do gênero.[3][4] Ela é conhecida por suas sementes bicolores, chamativas e ornamentais que se assemelham aos olhos de caprinos e por isso a árvore é conhecida popularmente como olho-de-cabra.[5] Outros nomes populares mais comuns da árvore são tento, pau-ripa, angelim, arvoeiro, assacu-mirim, coroa-de-frade, coronheira, corunheira, macanaíba, pau-de-santo-inácio, pau-ripa, tento-grande e tento-macanaíba variando de acordo com a região do país.
A espécie foi inicialmente descrita pelo botânico brasileiro José Mariano da Conceição Veloso no ano de 1829 como Abrus arboreus e posteriormente foi reclassificada devido ao trabalho do botânico alemão Hermann August Theodor Harms no ano de 1924 para o nome aceito até hoje, O. arborea. Ela também já foi descrita pelo botânico alemão Julius Rudolph Theodor Vogel no ano de 1837 com o nome de O. acuta.[6] A planta é facilmente confundida com a O. fastigiata.
A aparência chamativa da semente também é responsável pela dispersão das sementes por zoocoria, embora a árvore não ofereça nenhum nutriente a seus dispersores. A semente atrai animais que são induzidos a acreditar que se trata de um fruto carnoso de arilo comestível e ao serem enganados, ingerem-na e acabam regurgitando ou defecando a semente intacta muitas vezes quando já estão distantes da árvore. A predação destrutiva da semente é inibida por um de seus componentes químicos. Suas sementes apresentam dificuldade de germinação devido a sua casca impermeabilizante e para melhorar sua taxa de germinação, costuma-se utilizar de processos de escarificação mecânica ou química, quando semeada artificialmente.
A O. arborea é endêmica do Brasil e tem ocorrência confirmada na região: Sudeste em todos os estados e também encontra-se na Bahia e em Goiás; nos biomas: Cerrado e Mata Atlântica; nas vegetações do tipo Floresta Ombrófila.[1][7] É encontrada em altitudes de 5 até 1100 metros.[4][8]
Sua madeira é utilizada na confecção de móveis, lâminas faqueadas, painéis e lambris.[5] Sua lenha é de boa qualidade.[4] Suas sementes são ornamentais e usadas em artesanatos.[8] A árvore propicia ótimo sombreamento e é ornamental, portanto é uma espécie interessante para arborização de avenidas e ruas.[4] Ela é considerada planta medicinal e é usada na medicina alternativa popular em tratamentos do sistema nervoso.[9]
Suas sementes possuem alcaloides e teor de água entre 13,05% e 11,64%.[9][10]
Para haver melhor taxa de germinação é recomendado escarificação das sementes que podem ser semeadas em qualquer época do ano e levam de quarenta a cinquenta dias para germinar.[5][11][12] A salinidade prejudica sua germinação.[13] As mudas jovens desenvolvem-se melhor sob condição de sombreamento e toleram sombreamento de 70%.[14]
Sua madeira possui densidade de 700 kg/m³, que é considerada moderadamente alta, é resistente, medianamente resistente ao ataque de organismos xilófagos, possui textura média e aparência decorativa.[5]
A O. arborea é muito similar morfologicamente à O. fastigiata Tul., o que gera dificuldade na sua identificação em campo e em material herborizado.[15] Apesar das sementes de ambas espécies possuírem aparência quase idêntica, as sementes de O. arborea são mais pesadas e são criptocotiledonares; seus folíolos apresentam parênquima paliçádico de células mais curtas, com base mais larga.[15]
A O. arborea é monoica, atinge altura de quinze a vinte metros. Seu caule quando jovem é fulvo e tomentoso.[15] Sua raiz possui nodulações. Sua copa é frondosa. Suas flores são zigomorfas, nectaríferas, levemente odoríferas, dispostas em panículas amplas e terminais e apresentam coloração rosa e roxa. Seu fruto é uma vagem bivalvar, com cerca de seis centímetros (considerada curta), apresenta pericarpo lenhoso, com normalmente de uma a raramente três sementes.[16][17][18]
Seu tronco possui formato de reto a levemente tortuso, atinge de cinquenta a setenta centímetros de DAP (diâmetro à altura do peito, a 1,30 metros do chão). Seu fuste chega a ter até sete metros de comprimento; apresenta casca com ritidoma lenticelado; seu caule apresenta tricomas tectores esparsos e grande quantidade de lenticelas.[4][16][17]
O eixo principal da inflorescência é fulvo e tomentoso. As brácteas são lineares e atingem de dois a três milímetros de comprimento. As bractéolas são lineares e atingem de um e meio a dois milímetros de comprimento. As flores atingem de treze a vinte milímetros de comprimento. O cálice é fulvo e tomentoso e atinge de oito a doze milímetros de comprimento. O tubo atinge de sete a oito milímetros de comprimento. As pétalas possuem coloração lilas, azulada ou roxa.[15]
O fruto é deiscente, lenhoso, glabro, apresenta coloração escura quando maduro e contém de uma a três sementes, mas geralmente só uma.[15]
A muda possui germinação hipógea. Sua raiz principal surge em cerca de nove a doze dias após a germinação.[18] O epicótilo torna-se visível a partir do décimo dia de germinação.[15] Após 26 dias a planta atinge altura de doze centímetros, apresenta sistema radicular pouco desenvolvido com algumas raízes secundárias e eófilos; esses eófilo possuem forma elíptica, filotaxia oposta, nervuras bem aparentes e bordos ondulados.[18] Aos cinquenta dias a plántula apresenta um terceiro eófilo, sistema radicular mais desenvolvido, os cotilédones ainda são presentes embora diminuídos e o cotilédone murcha completamente aos setenta dias.[18]
Suas sementes são chamativas, possuem cores vermelha e preta em alto contraste, testa bicolor, tegumento de textura lisa, formato de elíptico a oblongo, massa entre 685 e 776 miligramas, comprimento médio de 1,15 centímetros, diâmetro e espessura médios de 9,2 e 7,5 milímetros respectivamente. Seu hilo é semicircundante, elíptico, heterócromo (cor esbranquiçada quando o funículo é removido) próximo à base da semente e possui fenda hilar pouco perceptível. O embrião é de cor creme, invaginado, globoso. Os cotilédones possuem colocarção verde são crassos, plano-convexos, dispostos perpendicularmente ao eixo hipocótilo-radícula, que é reto e curto de tamanho diminuto em relação ao restante da semente. O epicótilo é cilíndrico de cor verde clara, possui superfície pilosa e apresenta rápido crescimento. Sua germinação é criptocotiledonar ou fanerocotiledonar.[4][18][10]
As folhas são compostas, imparipinadas, apresentam em média dez folíolos e atingem de cinco a 22 por quatro a nove centímetros de comprimento por largura respectivamente. A face adaxial das folhas é glabra. A face abaxial é fulva e tomentosa ao longo da nervura central ou pouco e esparsamente pubescente ou glabrescente. Os folíolos são glabros, coriáceos, apresentam dimensões de dezessete por oito centímetros de comprimento e largura respectivamente, pigmentos vacuolares, espaços intercelulares conspícuos no parênquima esponjoso, tricomas tectores restritos à nervura principal e células epidérmicas da face adaxial maiores que as da face abaxial.[4][16][17] Não foram observadas estípulas em indivíduos adultos. A nervura central atinge de doze a trinta centímetros de comprimento e é pilosa. O pecíolo atinge de quatro a oito centímetros de comprimento. O peciólulo atinge de três a cinco milímetros de comprimento.[15]
Ecologicamente a O. arborea possui habito semidecíduo ou perenifólio, é heliófita, climácica, prefere solos mais drenados, propicia associação do tipo micorriza, aparenta ser adaptada a alagamentos sazonais.[5][19][20]
A polinização é feita por abelhas e outros insetos.[8][21] A dispersão de suas sementes ocorre de forma autocórica e por zoocoria. As sementes da árvore possuem aparência chamativa de um fruto carnoso de arilo comestível, embora não tenham nutrientes a oferecer, acaba atraindo aves, dentre elas o jacu, que as ingerem e as regurgitam ou defecam intactas a distâncias variadas da origem. O alcaloide quinolizidina, presente naturalmente nas sementes, inibe a sua predação destrutiva por animais sem impedir sua dispersão.[22]
A espécie apresenta dificuldade de germinação devido a dureza do tegumento impermeabilizante da semente e também apresenta dificuldade de dispersão.[11] Seu florescimento ocorre de outubro a novembro e a seus frutos amadurecem entre os meses de setembro e outubro e permanecem na árvore ainda maduros por alguns meses.[5]
A espécie também é conhecida por alguns nomes vernaculares como: olho de boi, angelim-ripa e outros.[5][4] Seus nomes vernaculares variam de acordo com a região como mostra a tabela a seguir:
Ormosia arborea é uma árvore de copa frondosa e densifoliada endêmica do Brasil. O nome do gênero "Ormosia" vem do grego, ὅρμος/όrmos, e significa colar, fazendo referência a um dos usos de suas sementes coloridas, já o epíteto "arborea" tem a ver com suas dimensões por se tratar da espécie de maior porte do gênero. Ela é conhecida por suas sementes bicolores, chamativas e ornamentais que se assemelham aos olhos de caprinos e por isso a árvore é conhecida popularmente como olho-de-cabra. Outros nomes populares mais comuns da árvore são tento, pau-ripa, angelim, arvoeiro, assacu-mirim, coroa-de-frade, coronheira, corunheira, macanaíba, pau-de-santo-inácio, pau-ripa, tento-grande e tento-macanaíba variando de acordo com a região do país.
A espécie foi inicialmente descrita pelo botânico brasileiro José Mariano da Conceição Veloso no ano de 1829 como Abrus arboreus e posteriormente foi reclassificada devido ao trabalho do botânico alemão Hermann August Theodor Harms no ano de 1924 para o nome aceito até hoje, O. arborea. Ela também já foi descrita pelo botânico alemão Julius Rudolph Theodor Vogel no ano de 1837 com o nome de O. acuta. A planta é facilmente confundida com a O. fastigiata.
A aparência chamativa da semente também é responsável pela dispersão das sementes por zoocoria, embora a árvore não ofereça nenhum nutriente a seus dispersores. A semente atrai animais que são induzidos a acreditar que se trata de um fruto carnoso de arilo comestível e ao serem enganados, ingerem-na e acabam regurgitando ou defecando a semente intacta muitas vezes quando já estão distantes da árvore. A predação destrutiva da semente é inibida por um de seus componentes químicos. Suas sementes apresentam dificuldade de germinação devido a sua casca impermeabilizante e para melhorar sua taxa de germinação, costuma-se utilizar de processos de escarificação mecânica ou química, quando semeada artificialmente.
Ormosia arborea là một loài thực vật có hoa trong họ Đậu. Loài này được (Vell.) Harms miêu tả khoa học đầu tiên.[1]
Ormosia arborea là một loài thực vật có hoa trong họ Đậu. Loài này được (Vell.) Harms miêu tả khoa học đầu tiên.